Ubuntu 25.10: TPM 2.0, Rust no Sudo e as suas Maiores Novidades
O Ubuntu 25.10 chegou com segurança reforçada por TPM 2.0, sudo reescrito em Rust, novo visual e muito mais. Confira o que há de novo e os pontos de atenção.
A nova versão do Ubuntu, a 25.10, está chegando com um pacote substancial de novidades que vão desde a segurança até a experiência do usuário final. Se você é um entusiasta, desenvolvedor ou usuário corporativo, esta atualização traz mudanças significativas que valem a pena conhecer. Neste artigo, detalhamos as principais melhorias, dos bastidores do kernel aos refinamentos visuais.
1. Segurança Reforçada: Criptografia com TPM 2.0 (Experimental)
Uma das novidades mais aguardadas é o suporte à criptografia de hardware durante a instalação. Se o seu computador possuir um chip **TPM 2.0**, você poderá ativar essa proteção.
Como funciona: Ao habilitar, você ainda define uma senha para inicialização, mas a chave de descriptografia fica segura dentro do TPM.
Vantagem: Isso impede que alguém remova seu SSD e acesse os dados em outra máquina. Sem o chip TPM físico, ataques de força bruta se tornam praticamente inviáveis.
Aviso importante: Por ser um recurso experimental, faça backup dos seus dados antes de usá-lo.
2. Controle Total Sobre a Telemetria
A Canonical está oferecendo mais transparência e controle sobre os dados coletados. Se você esqueceu de desativar a telemetria durante a instalação, não se preocupe. Basta abrir o terminal e executar:
ubuntu-insights consent -s false
Além disso, você pode consultar o que foi coletado e personalizar as preferências com o comando:
ubuntu-insights collectq
3. Kernel e Suporte a Hardware
O Ubuntu 25.10 embarca o **Linux Kernel 6.17**, com destaque para a evolução do suporte à arquitetura RISC-V. A versão para essa plataforma agora exige hardware que implemente o perfil ISA RVA23S64. Sistemas mais antigos que não atenderem a esse requisito não serão compatíveis.
4. Refinamentos Visuais e de Interface (GNOME 49)
A experiência visual recebeu vários polimentos:
Fim do Xorg: O Ubuntu removeu definitivamente a opção de sessão com Xorg no login, seguindo com o Wayland como padrão.
Novos Ícones: Os ícones do Ubuntu Touch foram integrados ao sistema, trazendo um visual mais moderno e coeso.
Tema Yaru Aprimorado: A barra superior teve melhorias na nitidez e no status da bateria. O botão de girar a tela ficou mais suave e estável.
Dock Lateral: O painel lateral, quando usado como dock, agora tem cantos arredondados que combinam perfeitamente com o menu de contexto e os ícones do Yaru.
5. Novos Aplicativos Padrão
Dois aplicativos essenciais foram substituídos:
Visualizador de Imagens “Loupe”: Escrito em Rust, substitui o visualizador antigo. Suporta gestos multitouch para deslizar e dar zoom, além de oferecer funções básicas de edição.
Terminal “Ptyxis”: Assume como terminal padrão do GNOME, oferecendo uma integração mais simplificada e poderosa com ferramentas como Podman, Toolbox e Distrobox.
6. Virtualização e Emulação (libvirt)
O pacote `libvirt` foi atualizado para a versão 11.6.0, adicionando suporte a:
* Processador ppc64 POWER11 no QEMU.
* Discos NVMe.
* Convidados Intel® TDX.
* Dispositivo AMD IOMMU, melhorando a segurança e o remapeamento de memória em operações DMA.
7. Mudanças nos Utilitários do Sistema
A base do sistema operacional passou por uma modernização significativa:
sudo-rs é o novo padrão: O famoso sudo foi reescrito em Rust, prometendo melhor desempenho e menor consumo de memória. A boa notícia é que a sintaxe dos comandos básicos permanece a mesma para os usuários.
Rust Coreutils: Muitos utilitários principais agora são fornecidos pelo rust-coreutils (v0.2.2), com ganhos de performance notáveis (ex.: base64). As versões clássicas do GNU ainda estão disponíveis para compatibilidade.
dracut substitui initramfs-tools: O sistema de inicialização (initramfs) agora é gerenciado pelo dracut, mesma ferramenta usada no Fedora, indicando uma convergência nas melhores práticas do ecossistema Linux.
8. Sincronização de Horário com chronyc
O chronyc é agora o utilitário padrão para sincronização de tempo de rede, substituindo o ntpdate em muitos cenários.
Pontos de Atenção e Possíveis Dificuldades
Nem tudo são flores, e algumas mudanças podem impactar a experiência:
Gerenciamento de Aplicativos de Inicialização: A ferramenta única para gerenciar programas que iniciam com o sistema não está mais disponível. Agora, é necessário ir manualmente na aba “Aplicativos” da Central de Controle para habilitar ou desabilitar cada um, o que pode ser mais trabalhoso.
Scripts de Inicialização: Ficou mais difícil configurar um script personalizado para rodar durante o boot. O processo anterior era mais simples e direto.
Compatibilidade de Scripts: Utilitários do GNU foram atualizados. Se você possui scripts personalizados que dependem deles, será necessário revisá-los e atualizá-los para evitar quebras.
Conclusão
O Ubuntu 25.10 é uma versão repleta de evoluções técnicas, com a linguagem Rust desempenhando um papel central na modernização de ferramentas críticas como o sudo e os coreutils. A segurança ganha destaque com o TPM 2.0, e a interface está mais polida do que nunca.
Embora algumas mudanças, especialmente na administração de inicialização, possam representar um passo para trás em usabilidade, o saldo geral é muito positivo. Esta release solidifica a base para futuras versões LTS e demonstra o compromisso da Canonical em acompanhar as tendências de performance e segurança do mundo open source.
E aí, o que você achou das novidades? Está ansioso para testar o Ubuntu 25.10? Deixe sua opinião nos comentários!